sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Conto "A Máquina de Costura" em NEVERMORE

Dia 23/11/2013 será o lançamento do livro NEVERMORE: Contos Inspirados em Edgar Allan Poe, com publicação da Editora Estronho, onde participo com o conto "A Máquina de Costura", inspirado no conto "O Retrato Oval". Esta é minha terceira participação como escritor convidado.

Nevermore – Contos Inspirados em Edgar Allan Poe, é uma homenagem ao mestre do horror, gênio da literatura que morreu precocemente sem conhecer completamente a felicidade. Poe teve uma vida difícil, tanto amorosa como financeira, pois foi um dos primeiros escritores que tentou viver somente da escrita, mas que jamais deixou de acreditar em seu talento.

Segue abaixo um trecho do meu conto:

A Máquina de Costura
por Marcelo Bighetti

Ao iniciar este relato, onde minha mão trêmula torna minha caligrafia extremamente ruim, meus pensamentos são levados até aqueles que, porventura, lerão estas palavras. Fico imaginando quais serão suas conclusões e, principalmente, julgamentos sobre minha pessoa. Não que me importe com a opinião alheia, mas temo não conseguir transmitir a realidade sobre os estranhos acontecimentos. Pensando bem, acho que me importo sim sobre o que pensam deste pobre ser que escreve. Quando digo pobre, não é no sentido de autocomiseração, mas na minha incapacidade de poder reagir.
Escrevo como um alerta. Na realidade nem sei ao certo, mas não tendo certeza do que irá me acontecer após o que pretendo fazer hoje, achei prudente deixar registrado tudo o que tem me ocorrido nos últimos meses. A dúvida que me assolava, sobre minha sanidade mental, se dissipou depois do que vi no espelho esta manhã. Preciso escrever rápido antes que o tremor de minhas mãos aumente e não consiga segurar a caneta, mas principalmente antes que ela acorde.
Sim, é sobre ela que farei meu relato. Ela que tem sido o motivo de minha irritação constante. Ela que fez com que as dores no meu estômago aumentassem muito, e a dolorosa sensação de ardência subisse até minha garganta, passando pelos pulmões, tirando-me o fôlego em muitas ocasiões, onde o ar parecia não existir mais a meu redor. Ela que fez com que meu corpo reagisse de tal forma ao nervosismo que uma doença de pele despontou em várias partes do meu corpo. Ela que tem sido a personagem principal dos meus pesadelos, ou pelo menos a causadora deles. E sabe qual a pior parte em toda esta história, caro leitor? Pode até parecer cômico e insano, mas ela aparentemente não tem culpa de nada. Digo nenhuma culpa pelo menos até esta manhã, pois o que ela me fez (sim, com certeza foi ela) não há palavras que possam descrever tamanha atitude hedionda. Tento afastar pensamentos que a absolvam deste ato malévolo, pois desta forma eu mesmo seria o culpado, e tenho quase certeza de que foi ela. Será que fui eu? Claro que não. Perceberam? Esta dúvida torna minha sanidade questionável.
  

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